No Auditório da OTICS-Rio Copacabana, na tarde da terça-feira, dia 15 de outubro de 2024, os alunos do primeiro ano do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade se reuniram com as preceptoras Cassia Lannes e Mayra Machado para assistirem a uma importante aula sobre o tema “Saúde na Adolescência”. No Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Primária à Saúde (APS) é a esfera do cuidado que lida diretamente com as condições para o desenvolvimento dos adolescentes. Isso acontece devido aos atributos de sua atuação
A saúde da adolescência refere-se ao conjunto de condições físicas, mentais e sociais que afetam os jovens durante essa fase crucial de desenvolvimento, geralmente definida entre os 10 e 19 anos. Nesse período, ocorrem transformações significativas, incluindo mudanças hormonais, desenvolvimento emocional e a busca por identidade, o que torna os adolescentes suscetíveis a questões como transtornos mentais, comportamentos de risco, problemas de autoestima e questões relacionadas à sexualidade. A promoção da saúde na adolescência envolve não apenas o acesso a serviços de saúde adequados, mas também a garantia de que os jovens sejam reconhecidos como sujeitos de direitos, com a necessidade de um atendimento integral que aborde suas particularidades e demandas. O envolvimento da família e da comunidade é fundamental para apoiar essa fase, promovendo hábitos saudáveis e prevenindo doenças, garantindo que os adolescentes possam se desenvolver plenamente e com segurança.
As preceptoras destacaram que o Sistema Único de Saúde (SUS), em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), tem a responsabilidade de assegurar a promoção da saúde, prevenindo doenças e oferecendo cuidados que respeitem a singularidade de cada jovem. O reconhecimento dessa fase da vida como um período crítico para o desenvolvimento e para a construção da identidade foi um ponto central da discussão. Também foram abordados os principais desafios enfrentados por adolescentes, como questões relacionadas à saúde mental, sexualidade, alimentação e prevenção de doenças. Foi enfatizado que as intervenções em saúde não devem se restringir ao tratamento de doenças, mas também englobar ações educativas que promovam hábitos saudáveis.
As preceptoras também mencionaram a necessidade de uma atuação multiprofissional no SUS, que possibilite um cuidado mais abrangente e personalizado. Os alunos foram incentivados a pensar em estratégias que promovam a participação ativa dos adolescentes nas decisões sobre sua saúde, promovendo o empoderamento e a autonomia. Essa visão crítica e proativa é essencial para criar um ambiente de acolhimento, onde os jovens se sintam seguros para expressar suas necessidades e preocupações.
Ao final da aula, os estudantes participaram de uma dinâmica que buscou estimular o debate sobre como implementar essas diretrizes em suas futuras práticas clínicas. O encontro proporcionou uma troca rica de experiências e ideias, reforçando a importância de um olhar atento e sensível às demandas da saúde na adolescência. Com isso, os alunos saíram inspirados e preparados para atuar de forma consciente e comprometida, contribuindo para a construção de um SUS mais inclusivo e que realmente atenda aos direitos dos jovens.