O mês de julho é marcado por uma importante campanha de saúde pública: o Julho Amarelo, instituído pela Lei nº 13.802/2019 como o mês de prevenção, conscientização e combate às hepatites virais. Trata-se de uma mobilização nacional com o objetivo de alertar a população sobre essas doenças silenciosas, muitas vezes assintomáticas, mas que podem trazer sérias consequências à saúde, como cirrose, insuficiência hepática e câncer no fígado.

As hepatites virais são inflamações no fígado causadas por diferentes tipos de vírus (A, B, C, D e E), e podem ser transmitidas de várias formas, como pelo contato com água ou alimentos contaminados (tipo A e E), relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas ou instrumentos cortantes, transfusão de sangue contaminado e da mãe para o filho durante a gestação ou parto (tipos B, C e D).
O grande desafio no combate às hepatites virais é o fato de que muitas pessoas convivem com o vírus sem saber, já que os sintomas costumam aparecer apenas em fases mais avançadas da doença. Isso dificulta o diagnóstico precoce e contribui para a transmissão silenciosa do vírus. Por esse motivo, a testagem regular é essencial, especialmente entre populações de maior risco, como usuários de drogas, profissionais do sexo, pessoas privadas de liberdade, pacientes que passaram por procedimentos invasivos ou transfusões antes da década de 1990, entre outros.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece testagem rápida e gratuita para hepatites B e C em todas as unidades básicas de saúde. Além disso, disponibiliza tratamento e acompanhamento médico para os pacientes diagnosticados, bem como vacinas contra a hepatite A e B, que são seguras e altamente eficazes.
A campanha Julho Amarelo também busca combater o estigma que ainda cerca essas doenças, muitas vezes relacionadas, de forma errônea, a determinados comportamentos ou grupos sociais. A informação correta, o acesso facilitado aos serviços de saúde e o fortalecimento das políticas públicas são pilares fundamentais para a eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública até 2030 — meta assumida pelo Brasil junto à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Portanto, mais do que uma campanha visual, o Julho Amarelo representa uma chamada à ação: é um convite à prevenção, ao cuidado com a própria saúde e à solidariedade com quem vive com a doença. Informar-se, vacinar-se, fazer o teste e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo são atitudes simples, mas que salvam vidas.



